Plataforma de Litigância Climática no Brasil

A Plataforma de Litigância Climática no Brasil é uma base de dados desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Direito, Ambiente e Justiça no Antropoceno (JUMA) que reúne informações sobre litígios climáticos nos tribunais brasileiros. Para uma melhor compreensão sobre a classificação dos casos, acesse nossa metodologia e nossas publicações.



Nome do Caso: ADO 92 (Pulverização Aérea de Agrotóxicos e Omissão Normativa)

Tipo de Ação

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)

Órgão de origem

Supremo Tribunal Federal (STF)

Data de Distribuição

04/2025

Número de processo de origem

92

Estado de origem

Distrito Federal (DF)

Link para website de consulta do tribunal de origem

https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=7223317

Resumo

Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) proposta pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e que busca o reconhecimento da falta de regulamentação federal específica sobre a pulverização aérea de agrotóxicos como uma omissão normativa incompatível com a Constituição Federal de 1988. A APIB argumenta que a inexistência de regras claras e protetivas acerca dessa prática viola direitos fundamentais, especialmente aqueles relacionados à saúde, à alimentação adequada, à preservação de um meio ambiente equilibrado e à salvaguarda das terras e modos de vida dos povos originários. A demanda enfatiza, de maneira explícita, aspectos ligados à crise climática e à preservação ambiental, ressaltando que a pulverização aérea intensifica a degradação dos ecossistemas, ameaça a diversidade biológica e compromete diretamente a integridade territorial e cultural das comunidades indígenas, que prestam serviços ambientais essenciais para a regulação climática. Ressalta-se que o país ocupa posição de destaque no uso de agotóxicos, sendo que a aplicação aérea figura como uma das principais fontes de poluição do solo, da água e do ar, aprofundando desigualdades e riscos socioambientais. Diante desse cenário, como medida cautelar, a APIB requer a suspensão imediata da pulverização aérea de agrotóxicos em todo o território nacional. Como pedidos finais, requer que o Supremo Tribunal Federal declare a inconstitucionalidade por omissão da normativa administrativa de âmbito federal sobre pulverização de agrotóxiccos (consubstanciada no Decreto-lei 917, de 7 de outubro de 1969; Decreto 86.765, de 22 de dezembro de 1981, a Instrução Normativa MAPA nº 2, de 3 de janeiro de 2008, e a Portaria GM/MAPA nº 298, de 22 de setembro de 2021), por proteção insuficiente a direitos constitucionais e que determine ao Poder Executivo Federal que edite medidas administrativas proibindo a pulverização aérea de agrotóxicos em todo território nacional, por aeronaves tripuladas e não tripuladas. De forma subsidiária, requer a imposição de obrigação ao Poder Executivo Federal para que, no prazo máximo de sessenta dias, edite regulamento que estabeleça polígonos de exclusão ou zonas livres de pulverização terrestre e aérea de agrotóxicos no entorno de terras indígenas e a fixação de multa diária por descumprimento.

 

 

Ver Mais

Polo ativo

  • Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)

Tipo de polo ativo

  • Sociedade civil organizada

Polo passivo

  • Presidente da República
  • Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  • Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar

Tipo de polo passivo

  • Agente do Estado

Principais recursos

Não possui

Principais normas mobilizadas

Biomas brasileiros

Não se aplica

Setores de emissão de Gases de Efeito Estufa(GEE)

  • Agropecuária
  • Mudança de Uso da Terra e Florestas

Status

Em Andamento

Abordagem da justiça ambiental e/ou climática

Implícita no conteúdo

Alinhamento da demanda à proteção climática

Favorável

Abordagem do clima

Argumento contextual


Timeline do Caso

04/2025

Petição Inicial


Documentos do Caso


Tipo de Documento

Petição Inicial

Origem

Articulação dos Povos Indígena do Brasil (APIB)

Data

04/2025

Breve descrição

Requer-se a declaração de inconstitucionalidade por omissão da normativa administrativa de âmbito federal sobre pulverização de agrotóxiccos e a determinação ao Poder Executivo Federal que edite medidas administrativas proibindo a pulverização aérea de agrotóxicos em todo território nacional, por aeronaves tripuladas e não tripuladas. De forma subsidiária, requer a imposição de obrigação ao Poder Executivo Federal para que, no prazo máximo de sessenta dias, edite regulamento que estabeleça polígonos de exclusão ou zonas livres de pulverização terrestre e aérea de agrotóxicos no entorno de terras indígenas e a fixação de multa diária por descumprimento.

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